Jogos vão ganhar versão em LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais, e assim contribuir para o aprendizado de um número ainda maior de alunos
Em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, a educadora Fabiane Gasparetto, que leciona na Escola Municipal de Ensino Fundamental Especial (EMEFE) Caminhos do Aprender, testemunhou o grade envolvimento de alunos com o ensino da Educação Financeira a partir do jogo Piquenique.
Gasparetto, que participou da formação EaD oferecida pelo IBS, teve então a iniciativa de aliar forças ao Instituto rumo à produção de uma versão dos jogos para LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais. A escola Caminhos do Aprender atende cinco alunos na Classe de Surdos e 11 alunos autistas.
“Os jogos são uma ajuda importante na aprendizagem e autonomia das crianças, uma vez que o lúdico tem sido defendido na Educação como um dos recursos que contribuem para aprendizagem e desenvolvimento das crianças. E os jogos adaptados serão um instrumento muito eficaz inclusive no aprendizado de LIBRAS”, explica a Fabiane Gasparetto, que é gestora e responsável pedagógica da escola.
Segundo a educadora, a versão em LIBRAS dos jogos também vai facilitar a interação entre alunos surdos e ouvintes. “Acredito que contar com a versão em Libras será também uma importante ferramenta na aprendizagem da Língua de Sinais nas escolas de alunos ouvintes”, diz.
A Caminhos do Aprender, portanto, vai se firmar como escola-piloto e de referência do projeto. “Estamos com grande expectativa para este projeto em parceria, que poderá alcançar um grande número de alunos surdos em escolas de vários municípios do Brasil, pois sabemos que quando essa diversidade de educandos inclui surdos, o interesse aumenta”, comemora Gasparetto.
Carmélia Menezes, da equipe de pedagogia do Instituto Brasil Solidário, explica: “O propósito da adaptação dos jogos é assegurar a igualdade de oportunidades a todos os públicos. Pensamos que o aluno surdo, por exemplo, pode aprender a jogar e desenvolver todas as competências e habilidades relacionadas aos jogos se lhe forem proporcionados os recursos materiais adequados. Por isso o nosso esforço em construirmos um material acessível.”
Segundo Menezes, estão sendo realizadas pesquisas e discussões para a construção da versão do jogo Piquenique em LIBRAS, sempre em parceria com a Escola Caminhos do Aprender. “Alunos e professores surdos, intérpretes de LIBRAS, gestão escolar e a equipe pedagógica do IBS estão trabalhando juntos para que, a partir do contato e uso do jogo, os alunos surdos possam aprender sobre Educação Financeira ao mesmo tempo em que ampliam seus vocabulários, desenvolvem a linguagem, lógica, o raciocínio e exercitam a tomada de decisões”.
Carmélia lembra que o projeto atende o que a Base Nacional Comum Curricular defende, que é a participação igualitária de todos os alunos ao afirmar que “… a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades”. (BNCC, 2018, 14).
“O IBS defende a educação inclusiva, que garanta o acesso, participação e aprendizagem de todos, sem exceção”, finaliza a pedagoga.