A Semana Nacional de Educação Financeira – Semana ENEF, em sua 6ª edição, é uma iniciativa do Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF) para promover ações de educação financeira no país, que contribuam para a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF).
Nesta semana, podemos realizar diversas ações como: a aplicação dos jogos de educação financeira – Piquenique e Bons Negócios – e realizar diversas atividades de caráter interdisciplinar, com o objetivo de disseminar a educação financeira, além de contribuir para o fortalecimento da cidadania e autonomia. Todas as ações de educação financeira realizadas durante esta semana podem fazer parte das iniciativas inscritas no portal oficial da Semana ENEF, basta fazer a inscrição para fazer parte do mapeamento nacional.
As escolas parceiras do Projeto Jogos de Educação Financeira também podem se inscrever em nosso formulário de mobilização para acompanharmos as ações que estão sendo realizadas em todos os municípios!
Acesse nosso formulário e participe: https://forms.gle/xrkHy6QgR7fdVXrj8
IMPORTANTE: Os jogos de educação financeira – Piquenique e Bons Negócios – receberam o Selo ENEF 2018, que reconheceu iniciativas que contribuem para disseminar ações alinhadas à Estratégia Nacional de Educação Financeira, segundo critérios estabelecidos pelo CONEF.
A educação financeira amplia a consciência sobre como tomar boas decisões que envolvam recursos finitos como o tempo e o dinheiro, sendo o espaço da escola extremamente propício para despertar consciência e conhecimentos acerca da temática.
Neste sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada recentemente pelo Ministério da Educação (MEC), incluiu a Educação Financeira entre os temas transversais que deverão constar nos currículos de todo o Brasil, devendo o tema ser incorporado às propostas pedagógicas de estados e municípios. A iniciativa do projeto, apesar de ser anterior a homologação, está alinhada ao estipulado na BNCC, possibilitando o estudo da Educação Financeira como tema transversal, não restringindo a sua utilização em uma única matéria.
A Educação Financeira, além de informar, também forma e orienta indivíduos que consomem, poupam e investem de forma responsável e consciente, propiciando uma base mais segura para o desenvolvimento do país.
Projeto de Educação Financeira na Escola
Eixos Norteadores:
- Formar para a cidadania
O exercício da cidadania é ingrediente indispensável da construção de uma sociedade democrática e justa, e a Educação Financeira tem como principal propósito ser um dos componentes dessa formação para a cidadania.
- Ensinar a consumir e a poupar de modo ético, consciente e responsável
O consumo em níveis adequados é imprescindível para o bom funcionamento da economia, a questão é torná-lo uma prática ética, consciente e responsável, equilibrada com a poupança.
Consumo e poupança configuram-se como ação responsável ao levar em conta os impactos sociais e ambientais. Procura-se, assim, não transbordar problemas financeiros para o outro, não comprar produtos advindos de relações de exploração ou de empresas sem comprometimento socioambiental, reduzir o consumo desnecessário, ampliar a longevidade dos produtos possuídos, reduzir a produção de lixo e doar objetos úteis não desejados.
O modo como a consciência e a responsabilidade foram aplicadas a consumo e poupança em uma clara preocupação com o outro e com as consequências das decisões tomadas traduz o compromisso ético da cidadania.
- Oferecer conceitos e ferramentas para a tomada de decisão autônoma baseada em mudança de atitude
À nossa volta, atualmente, circula uma quantidade excessiva de informações e de signos (inclusive financeiros), muitas vezes descontextualizados e incompreensíveis para muitas pessoas. A compreensão da linguagem do mundo financeiro, através de um programa educativo, possibilita ao indivíduo obter as informações necessárias para que tome suas decisões de modo autônomo, independente.
Com o desenvolvimento do Projeto de Educação Financeira nas escolas, espera-se que os indivíduos e as sociedades tenham condições de moldar seu próprio destino de modo mais confiante e seguro e que deixem de ser beneficiários passivos de programas econômicos e sociais para se tornarem agentes de seu próprio desenvolvimento.
- Formar disseminadores
A implantação do Projeto de Educação Financeira na Escola pretende colaborar para uma formação mais crítica de crianças e jovens que podem ajudar suas famílias na determinação de seus objetivos de vida, bem como dos meios mais adequados para alcançá-los.
A tendência gastadora da grande maioria das famílias passa por várias transformações através de conhecimentos levados pelos alunos para suas famílias. Assim, o público beneficiário do Projeto de Educação Financeira não se restringe ao público escolar, mas, através dele, atinge-se um número muito maior de pessoas, ampliando essa disseminação de conhecimentos extremamente útil para a vida na sociedade atual. Dessa forma, promove-se o trânsito de informações pelos distintos níveis espaciais, dos mais próximos aos mais distantes, num ótimo exemplo de que boas práticas e ideias devem transgredir os limites espaciais e circular livremente.
Principais condutas cidadãs conscientes e responsáveis são, as seguintes:
Trabalho & Renda, Planejamento e Orçamento
- Planejar sua vida financeira e viver de acordo com esse planejamento, de modo a não transbordar para os outros níveis espaciais;
- Pagar impostos e contribuições.
Consumo
- Utilizar os cinco “R”s do consumo consciente: refletir, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar o que consumir.
- Doar objetos não mais utilizados.
- Pesquisar preços.
- Dar preferência de compra a empresas e estabelecimentos regularizados e com responsabilidade socioambiental.
Poupança
- Avaliar opções de poupança e decidir-se pela melhor, de acordo com suas necessidades;
- Dar preferência a investimentos em empresas com responsabilidade socioambiental.
Orientações pedagógicas
Educação Financeira e currículo
O Projeto de Educação Financeira na Escola, tal como definida neste documento, promove diálogo articulador entre as áreas do conhecimento, daí a sugestão de que seja introduzida na escola como um tema que transite com desenvoltura entre as referidas áreas.
Essa posição se confirma, porque a Educação Financeira atende aos seguintes quesitos:
- seu desconhecimento pode comprometer a qualidade de vida das pessoas e impedir o exercício pleno da cidadania;
- sua abrangência afeta e demanda a implicação de todas as esferas governamentais do país;
- seu estudo permite o desenvolvimento da capacidade de posicionar-se diante das questões que interferem na vida coletiva e, assim, abre a possibilidade de se superar a indiferença e de intervir nos rumos da nação de forma responsável.
Ao ser introduzida na escola, contudo, a Educação Financeira encontrará outros temas já em ação – Meio Ambiente, Trabalho & Consumo e Educação Fiscal – com os quais precisará dialogar. O projeto Político-Pedagógico de cada escola assume papel importante para determinar a maneira como tais diálogos poderão ser feitos.
Materiais didáticos
Para dar suporte à introdução do Projeto de Educação Financeira nas escolas, apresentamos ferramentas didáticas para dois públicos: alunos e professores.
As ferramentas didáticas para os alunos são os jogos “Piquenique e Bons Negócios”. Os professores receberão orientações de aplicação dos jogos e vasto material para pesquisa, planejamento e utilização das atividades de caráter interdisciplinar.
Estas ferramentas didáticas contemplam segmentos da Educação Básica – Ensino Fundamental e Ensino Médio – e estão alinhados com a BNCC – Base Nacional Comum Curricular.
Sugestões de como você pode utilizar as ferramentas didáticas do “Projeto de Educação Financeira na Escola”:
- explorar os contextos de vida dos alunos nos planos individual e social, cuidando que sejam relevantes e que envolvam ações e decisões que precisarão tomar de fato no curto prazo;
- apresentar situações de aprendizagem variadas e que possam ser utilizadas, de diferentes formas e abordagens, em todas as áreas do conhecimento;
- aplicar os jogos “Piquenique e Bons Negócios” com as turmas do Fundamental I e II;
- realizar atividades que envolvam a comunidade;
- usar recursos lúdico-pedagógicos adequados à faixa etária e aos conteúdos;
- constituir rotas de navegação a partir das quais o professor poderá organizar as opções de atividades para suas aulas ou projetos;
- explorar os conhecimentos prévios dos alunos;
- respeitar a diversidade e as diferenças regionais;
- indicar a exploração dos recursos tecnológicos.
Esses materiais poderão utilizar diferentes suportes, linguagens, mídias e formatos, do impresso ao digital, com objetos didáticos diversos. O importante será aproximar as relações com a vida dentro e fora dos muros escolares, num constante vaivém de informações, conhecimentos e motivações que ofereçam inúmeras oportunidades para o desenvolvimento dos valores e das competências com os quais se pode operar o mundo financeiro no contexto da vida como um todo.
Concluindo, o Projeto de Educação Financeira entra no mundo escolar para ajudar o aluno, professor e famílias a desvendar as chaves da organização social em torno do mundo financeiro, com vistas a prepara-lo para usufruir dos benefícios de tal organização, ao mesmo tempo em que procura ajudá-lo a identificar e se defender das armadilhas ao longo desse caminho.
Meus parabéns. Vocês estão no caminho certo para mudar a vida das pessoas para melhor: educação financeira é fundamental.