Mulher negra, vinda de escola pública, a paraibana Márcia Maria Nogueira fala direto do chão da sala de aula. Na “Cidade Educadora” de Monte Horebe (PB), desde os 14 anos de idade ela já tinha um sonho no coração: ser professora e ver vidas transformadas através da educação. Concursada em dois municípios – além de Monte Horebe, ela leciona também em São José de Piranhas – ela se inscreveu no curso de Educação Financeira do EaD do IBS em maio de 2021, através de um convite feito pela Undime-PB. A temática tinha chegado na hora certa.
“Concluí o curso, e chamou atenção por estar diretamente ligado à proposta pedagógica que desejávamos colocar em prática nas escolas de Monte Horebe e não sabíamos como. Os jogos foram como uma bússola, norteando o caminho que desejávamos construir”, explica ela.
Em 2022, a oficina de Educação Financeira foi implantada dentro dos Círculos de Aprendizagem no contraturno escolar, uma proposta de ensino integral construída pelo município desde 2018. “Nosso objetivo inicial era levar a vivência dos jogos a grupos menores de alunos e profissionais da educação, sensibilizando, entendendo a proposta na perspectiva interdisciplinar, ampliando e aprofundando vivências, para se tornarem multiplicadores” detalha.
Era o caminho sendo trilhado para o cumprimento de uma promessa. Durante o EaD, ela disse ao professor Nacir: “Vamos levar os jogos para todos os espaços da nossa cidade Educadora, escolas, praças”. Em 2023, a meta era ampliar a proposta para todas as escolas, trabalhando com a agenda do “Dia D da Educação Financeira” do IBS, com as datas sendo incorporadas ao calendário do Plano de Ações Pedagógicas Anual.
O primeiro “Dia D” foi realizado em abril, na Praça Central Venâncio Dias e se tornou um marco do projeto, virando ponto de encontro das famílias e recebendo muitos visitantes de cidades vizinhas. “Foi inesquecível ver o envolvimento de todos, escolas, famílias, comunidade em geral, unindo pessoas em torno do mesmo ideal. Jogar, brincar, aprender de forma lúdica e envolvente, refletir sobre o dinheiro, o poupar, o investir”, empolga-se.
Alinhado aos temas transversais, com questões ambientais e de alimentação saudável, um novo olhar foi sendo construído, com uma perspectiva empreendedora e do uso responsável do dinheiro. Outros “Dias D” se seguiram e, pouco a pouco, os jogos passaram a fazer parte do currículo em Monte Horebe. A promessa estava sendo cumprida.
Mas ainda havia mais. No Encontro Nacional de EF realizado pelo IBS em dezembro, em Campina Grande (PB), Márcia participou de um dos painéis do evento. “Foi uma experiência única, extraordinária! Vocês não têm ideia a emoção, o quanto nos sentimos valorizados com esse momento”, agradece ela.
“A visibilidade e o reconhecimento dado pela equipe do IBS aos municípios, dizendo: ‘Ei, o que vocês fazem tem valor!’… Isso nos impulsiona a acreditar em nosso potencial de transformação. Nos faz acreditar que ainda temos instituições que estão verdadeiramente comprometidas com a construção de uma educação pública de qualidade, com equidade e inclusão para todos. Foi a realização de um sonho, e comprova que não importa a distância, o tamanho da sua cidade. A grandeza está em cada um de nós e nas ações que buscamos desenvolver. Como nos ensina a equipe do IBS, Educação não tem preço, educação tem valor!”, finaliza.