A proposta lúdica, interativa e inclusiva dos jogos está sendo marcante em diversas escolas de todo o Brasil. Os diversos relatos de alunos se sentindo acolhidos nas atividades coletivas, socializando e conseguindo aprimorar diversas habilidades socioemocionais representam um passo muito importante para o crescimento e a harmonia dentro do ambiente escolar.
Em Nova Russas (CE), a educadora Eliane Mesquita, da Escola Olmir Mendes de Carvalho, tem acompanhado de perto um de seus alunos com TEA (Transtorno do Espectro Autista), que vem se destacando nas tarefas escolares e na interação com a turma, após participar das atividades com os jogos. A escola tem promovido diversas ações de interação com os familiares onde, uma vez por semana, um aluno da turma leva o jogo para casa, trazendo os pais para perto no processo de aprendizado.
“Um dos meus alunos com TEA tem me surpreendido muito na evolução a partir dos jogos. Foi a primeira aula do ano em que ele participou de todas as atividades. Conseguimos a atenção dele para as tarefas escolares. É uma experiência que eu conto com muita alegria. Os pais dele têm uma pizzaria, então ele começou a contar que às vezes compra algo com os pais e recebe o troco. Quando começamos a fazer a lista de compras, ele ficou muito entusiasmado, porque entendeu que precisava ver o valor para poder comprar o que queria. Foi algo muito bom, que rendeu a ele um certificado”, relata a educadora.
Na Escola Honorato Gaspar de Souza, localizada na zona rural de Lapão (BA), a educadora Janaína Pires, tem acompanhado uma evolução no aprendizado de seus alunos, com muito acolhimento de uma das estudantes do 3º ano que possui deficiência auditiva e se mostra sempre muito ativa e entusiasmada com os jogos.
“Em minha turma, temos uma aluna surda, que é sempre muito ativa. Gosta de participar de todas as atividades. No jogo ela interagiu muito bem. Mesmo com o auxílio da cuidadora, o material lúdico dos jogos permite nos comunicarmos com ela e dá uma melhor compreensão do tema. Percebi uma evolução em toda a turma a cada rodada. No início eles escolhiam os alimentos que gostam. Nas outras rodadas, depois que perceberam o preço, pensavam em economizar. Deu para perceber uma maior interatividade e desenvolvimento em comunicação. Os que não percebiam o objetivo do jogo, recebia orientação dos colegas, sobre a importância de poupar”, destacou.