“Primeiros dados colhidos por neuro-psicopedagoga expande as possibilidades do jogo”
Tornar a sala de aula um espaço de transformação na vida de nossos alunos é algo que pode ser alcançado com gestos simples, com um olhar sensível aos recursos pedagógicos que estão na escola. Esses gestos podem contribuir com o desenvolvimento social, cognitivo e até emocional dos estudantes, para além dos muros da escola.
Em Carolina (MA), a Neuro-psicopedagoga Brenda Barbosa, que atua no Atendimento Educacional Especializado (AEE) do município, tem acompanhado uma evolução importante de interação e de capacidades cognitivas entre seus alunos, a partir da adaptação da proposta do Piquenique Online. A proposta tem sido proveitosa especialmente para os estudantes que apresentam quadros graves do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), microcefalia e Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
“Estou trabalhando com o Piquenique Online, e o que mais me despertou a atenção foi a questão das cores, das formas geométricas e das instruções, porque crianças que possuem TDAH têm dificuldade para se concentrar”, disse Brenda Barbosa. “Dependendo da forma que você passa essa intervenção, as crianças conseguem assimilar, seguir as orientações. Tenho passado pra eles essa questão da matemática financeira por meio dos jogos, e tem sido de suma importância, porque eles aprendem brincando, isso é maravilhoso para os alunos”, destacou.
Aproveitando todo o material lúdico e criativo do projeto, a psicopedagoga tem elaborado atividades dinâmicas que buscam potencializar habilidades que representam grandes passos na vida desses estudantes. Entre os alunos que vêm acompanhando o jogo, o jovem André Henrique, que possui um diagnóstico grave de TDAH, 30% de microcefalia e Síndrome de Asperger, tem apresentado evolução impressionante.
“Com o André, eu consegui aos poucos ir trabalhando o Piquenique Online, compartilhando a tela. Ele não fala, mas visualiza muito bem, demonstrando um avanço importante na questão emocional, na percepção visual e auditiva. Por mais que ele não fale, eu vou explicando, mostrando as imagens, e ele vai tendo algumas reações de felicidade. É muito gratificante”, ressaltou.
Brenda já planeja expandir ainda mais a proposta das atividades a partir dos jogos físicos, destacando a importância de iniciativas como essa nas escolas, possibilitando que os alunos especiais busquem crescimento e superação para alcançar seus potenciais.
“Tem muita gente que analisa essas crianças, pelo fato de terem tantas síndromes, transtornos, como impossibilitadas de aprender. Mas eles podem, sim, ser estimulados e, por mais que não falem, demonstram a evolução. Isso é gratificante pra gente que trabalha nessa área. É como se tivesse uma pessoa ali em coma, por vários e vários anos, ou meses, e de repente conseguimos despertar uma sensibilidade nela e ela reage com o movimento, é maravilhoso.”